Visita à Comunidade Quilombola Divino Espírito Santo, em São Mateus, estado do Espírito Santo, Brasil.
O projeto de ensino, pesquisa e extensão Narradores da maré, realizou no dia 19 de maio (sábado) de 2018, uma visita à Comunidade Quilombola Divino Espírito Santo, em São Mateus, norte do nosso estado. O encontro foi agendado por intermédio da estudante de Pedagogia da Ufes, Neuzita Apolinario, que nasceu neste território, e atualmente, junto com as colegas, Poliana Marchiori, Karla Pereira e Cristina Carlesso, fazem a pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso, Práticas pedagógicas de educação para as relações étnico-raciais nos cotidianos escolares e em outros espaços de convivências.
Saímos por volta das 7h de Vitória, numa fresca manhã de outono, com céu azul. Chegamos na ComunidadeDivino Espírito Santo, por volta das 12h. Fomos recebidos com uma calorosa acolhida alimentada pelos saborosos beijus produzidos pelas famílias na Casa de Farinha da Comunidade! Um encontro com ancestralidades, vidas, sonhos, memórias, saudades, flores, conflitos e muita, muita alegria.
Um delicioso almoço foi preparado, carinhosamente, e compartilhado com afetos: arroz, feijão, macarrão, polenta, galinha ensopada com batatas, carne de panela, salada, e a maravilhosa farinha, fruto do trabalho comunitário, servido com o molho de pimenta. Encontro de saberes recheado de amizades, cheiros, sons, sabores e muita gratidão. Somos profundamente gratos por tudo!
Essa atividade aconteceu no mês em que se completa 130 anos da assinatura da Lei da Abolição da Escravidão no território brasileiro, de 13 de maio de 1888. O Brasil foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão. O Porto de São Mateus foi uma das principais portas de entrada de negros e negras que foram escravizadas no Brasil.
Compartilhamos alguns desses momentos com imagens-narrativas capturadas pela estudante do curso de Artes Visuais e bolsista de extensão do projeto Narradores da Maré, Maria Luiza Galacha.
E terminamos com as palavras de Conceição Evaristo no livro Ponciá Vicêncio.
.... Compreendera que sua vida, um grão de areia lá no fundo do rio, só tomaria corpo, só engrandeceria, se se tornasse matéria de argamassa de outras vidas. Descobria também que não bastava saber ler e assinar o nome. Da leitura era preciso tirar sabedoria. Era preciso autorizar o texto da própria vida, assim como era preciso ajudar construir a história dos seus. E que era preciso continuar decifrando os vestígios do tempo os sentidos de tudo que ficara para trás. E perceber que por baixo da assinatura do próprio punho, outras letras e marcas havia. A vida era um tempo misturado do antes-agora-depois-e-do- depois-ainda. A vida era a mistura de todos e de tudo. Dos que foram, dos que estavam sendo e dos que viriam a ser. (2017, p. 109-110)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS
EVARISTO, C. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.
MACIEL, Cleber. Negros no Espírito Santo. OLIVEIRA, Osvaldo Martins de (Org). 2ª ed. – Vitória, (ES): Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2016.
GRAGNANI, J.; ROSSI, A. A luta esquecida dos negros pelo fim da escravidão no Brasil. 11/05/2018. BBC Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.com/ portuguese/resources/idtsh/ lutapelaabolicao?ocid= socialflow_facebook> Acesso em: 25 mai. 2018.
Entrevista com a historiadora Lilia Moritz Schwarcz. Brasil viveu um processo de amnésia nacional sobre a escravidão, diz historiadora. Por Júlia Dias Carneiro, da BBC Brasil, Rio de Janeiro. 10 maio 2018.
Disponível em: <http://www.bbc.com/ portuguese/brasil-44034767? ocid=socialflow_facebook>. Acesso em: 25 mai. 2018.
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